segunda-feira, 14 de maio de 2012

Eu tenho uma mania que é quase uma superstição: Quando estou muito a fim de alguém, a última coisa que faço é escrever um texto sobre a pessoa. Porque sempre que escrevo, tudo começa a dar errado e a única coisa que não acontece é eu ficar com ela.
São vários motivos que me fazem não querer estar aqui, e o primeiro deles é que eu não quero admitir pra mim mesma o que eu sinto. Acho que nem sei direito o que sinto.
Me dá raiva milhares de coisas que você faz, mas ao mesmo tempo fico feliz quando vem falar comigo. Odeio suas conversas com suas milhares de amigas, porque talvez você pense muito mais nelas do que em mim. Na verdade tenho quase certeza disso. E o pior de tudo é que não queria estar assim, não queria gostar de você do jeito que gosto. Talvez se me ignorasse ou me tratasse mal as coisas fossem mais fáceis, mas não quero isso.
E penso em você mais do que deveria. Te imagino comigo em tudo que é canto que vou, e juro que isso é uma das coisas que eu menos queria no momento, mas ao mesmo tempo é tudo o que eu quero. Me acho idiota, porque pensando racionalmente isso é ridículo, nós nem uma história juntos temos direito. Mas infelizmente penso em você mais do que deveria.
Aí vou lá e leio aquele monte de conversa via facebook, as mensagens do celular e fico mal de novo. E como nunca a frase "será que ele diz isso pra todas" faz o maior sentido do mundo.
Não quero admitir que estou apaixonada. Só escrever essa palavra já me custou muito esforço. Até porque para mim, estar apaixonada sempre foi sinônimo de sofrer, ainda mais nesse caso que nada conspira a favor de algo dar certo entre a gente.

domingo, 13 de maio de 2012

Quando ela fica pra baixo ou deprimida, olho pra janela da frente e vejo seu vulto se aproximando aqui de casa. Ela entra e a gente toma umas cervejas ou um vinho de quinta, ou vê um filme, ou as três coisas juntas. Geralmente é um filme bem demorado, tipo Ben-Hur, que vara a noite. Ela se senta ao meu lado no sofá, usando aquela blusa flanelada e um short jeans que era uma calça, e, quando ela cai no sono, eu a cubro com um cobertor.
Dou um beijinho em seu rosto.
Acaricio sua cabeça.
Fico pensando que ela mora sozinha como eu, e que nunca teve uma família de verdade, e que transa sem se envolver. Audrey nunca deixa essa história de amor atrapalhar. Acho que ela já teve uma família, mas o povo devia viver quebrando o pau. O que não falta por aqui é família assim. Acho que ela amava os pais, mas eles só lhe meteram a porrada.
É por isso que ela se recusa a amar.
Seja lá quem for.
Acho que ela se sente melhor assim, e quem pode condenar a coitada?
Quando ela dorme no meu sofá, fico pensando nisso tudo. É sempre assim. Eu coloco o cobertor em cima dela, daí vou pra cama e sonho.
De olhos abertos.

Eu sou o mensageiro, Markus Zusak